.: CINEMATECA IMPROVISADA :.

Para os apaixonados pela sétima arte, como eu!
Espaço para trocarmos figurinhas e impressões cinematográficas...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

.: SINÉDOQUE, NOVA YORK :.


É a estreia como diretor de Charlie Kaufman, o fascinente e excêntrico roteirista de filmes como "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", "Quero Ser John Malkovich" e "Adaptação". O filme reafirma as obsessões de Kaufman que são os assuntos existencialistas da mente humana. Neste, em especial, Kaufman fala sobre a solidão de todo mundo, o egoísmo, os medos, as paranóias... Tudo com uma singular agonia que existe pelo fato de ser ele o diretor.
No roteiro, Kaufman o faz com maestria,a começar pelo título que cabe perfeitamente pois sinédoque é a troca de termos que, no fundo, tem o mesmo significado. Todos os temas são representados na figura do dramaturgo Caden Cotard (que tem esse nome inspirado na síndrome de Cotard, na qual o portador acredita não ter orgãos, partes do corpo, ou até mesmo já ter morrido), um homem solitário, egoísta, egocêntrico, hipocondríaco , frustado e com dificuldades de relacionamento e de realizar algo concreto e significante para si, representação do próprio Kaufman. Diálogos inteligentes, metáforas (com o fogo, as micropinturas, o cenário-simulacro, a segunda filha, a tatuagem, a relação com o tempo...) referências artísticas do universo teatral e exercícios de metalinguagem de uma perspicácia rara; chegam ao final com a idéia de que na vida não existem coadjuvantes e que, esperando chegar o momento, Caden deixou sua vida se esvair e não fez nada!
Na direção, Kaufman se perde! Ele é tão obcecado em seus temas recorrentes que se torna pouco interessante, quando comparado a seus outros roteiros filmados. Quase que autista.
Além do roteiro quase que psicanalítico, outro ponto alto do filme é o elenco muito bem representado. Os destaques são para Catherine Keener (que é a musa de Kaufman e um nome muito forte no cenário independente, interpreta a primeira esposa de caden), Samantha Morton (que faz uma bilheteira inocente e louca, que mais tarde assume papel chave na vida deste homem) e para o ma-ra-vi-lho-so Philip Seymour Hoffman, aliás, é inevitável, terminou o filme eu pensei: Que grande ator ele é! Tudo que ele faz é tão particular e verdadeiro, a forma como ele mostra a solidão, a abdicação deste homem ao mundo e o modo como ele envelhece é tudo muito impressionante.
Enfim, um filme bom! De direção regular, roteiro esquisitamente encantador e elenco de pedir "bis". Vale super a pena!

domingo, 17 de janeiro de 2010

.: A VIDA SECRETA DAS ABELHAS :.


O Filme é uma adaptação do livro "The Secret Life of Bees", de Sue Monk Kidd (best-seller). O roteiro e direção ficam por conta de Gina Prince-Bythewood, que não surpreende em nenhum ponto.
É a história de uma menina, Lily, que sofre com fatos do passado e que deseja saber mais da mãe que morreu quando ela tinha 4 anos. A trama, basicamente, mostra um encontro da menina com suas raízes, seu amadurecimento, a mudança na vida dela e de quem a cerca. É bonito! Emociona as mais "manteigas" como eu. Mas não deixa de ser um filme americanóide, desses que mescla a luta dos negros por seus direitos, preconceitos, superação com cenas de fotografia de comercial de margarina (com recursos de brilho e tons dourados que dão o ar de sonho) e uma trilha sonora de música gospel. Bem no estilo que Will Smith (que é o produtor) tem escolhido em seus últimos filmes, sabe?! A diferença é que a direção deixa a desejar nas costuras de cenas e na direção dos atores. Aliás, são eles que fazem o filme sair do medíocre! É ótimo ver a Queen Latifah fora do seu habitual e nem por isso menos confortável, Hudson é uma ótima atriz e a interpretação de Sophie Okonedo me ganhou! Tem a Dakota Fanning em um papel menos infantil, e ela se mostra, no mínimo, competente. Isso sem contar o Paul Bettany, que faz o pai da Laly e é um dos atores mais completos e versáteis da atualidade.

Temática, estilo, tudo repetitivo. Mas nem por isso deixa de ter seu valor! Emociona os corações menos exigentes.




quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

.: JULES ET JIM :.


Foi o primeiro filme que eu ví esse ano! Comecei o ano bem, né?!
Eu entrei em catarse quando ví na prateleira da locadora uma versão novinha, novinha.. Remasterizada desse genial filme de Truffaut que é um símbolo da Nouvelle Vague, com todos os seus postulados. Esse é o filme que mostra que o cinema nunca mais será o mesmo!

Leve, irreverente e delicioso de assistir, sem deixar de ser denso e muito ousado e imaginativo.
Trata-se de um triângulo amoroso entre dois amigos e uma garota, mas é muito mais que isso, um filme que fala sobre amizade, amor, conflitos da existência humana. Temas que estávam em voga na Europa dos anos 60 (pós-guerra) e nem por isso deixam de ser menos polêmicos ou apaixonantes.
Nele ficam claras as preferências de truffaut, por um cinema mais clássico, por assuntos humanos e por conjugar suas duas paixôes: cinema e literatura!
Esse filme é inspirado em um romance de Henri-Pierre Roché e Truffaut faz questão de deixar isto visível, pela narrativa em off, pela fidelidade aos personagens e por manter diálogos intactos, coisa que ele consegue lindamente, mantendo a poesia sem se tornar massante! Outro ponto alto é a trilha sonora, composta pelo nome chave da Nouvelle Vague George Deleure.
E conta com um elenco estrelar, no qual eu destaco a Jeanne Moreau. Nossa! Que mulher linda, que atriz espetacular1 Eu queria ser ela! JURO. Não é a toa que ela é uma das atrizes símbolo da França!
Enfim, desses filmes franceses até o talo. Impossível sair ileso.

“Elle est une aparition!”

É altamente apaixonante.



(A música!)

.: VALSA COM BASHIR :.



Semana passada decidi ver esse filme que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano que passou, e a Cannes. Algum site me disse que valeria a pena.
Confesso que no começo não me animei muito. Um filme Israelense, sobre a guerra do Libano nos anos 80, no qual o diretor Ari Folman narra suas próprias memórias de guerra não me causava muita simpatia. MAS, o filme tem o formato de animação! E filmes animados tem pontinhos extras por " As Bicicletas de Belleville" e "Persépolis".
O filme foi uma grata surpresa, para mim. O fato de ser animado, com cores e desenhos muito pessoaistraz uma leveza profunda, sabe?! Como o filme relata as lembranças desse soldado veterano é como mergulhar na memória descontruída desse homem, em um sonho de um passado longe do que se era desejado.E o final, com cenas reais das barbáries dessa guerra, te mostra que não há leveza, não há tempo. O assunto é sério!
Apesar de feito em formato documental e ter momentos bem leeeentos, o filme tem uma proposta estética inovadora, por mesclar história real com fantasia, modelo escolhido pelo diretor por ser mais fácil revirar o passado com uma certa doçura e também chamar a atenção de um público mais jovem, que não era nascido na época dessa guerra.
Valsa com Bashir não minimiza responsabilidades, não aponta culpados ou inocentes. Causa paixão e desconforto na medida certa! Um filme realmente diferente dos moldes propostos pelo cinema contemporrâneo.
É indispensável a qualquer cinéfilo!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

.:SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS:.


Taí um filme que faz sentido!

Nossa!
Quando eu assisti a primeira vez encontrei alí um conforto para os medos e as ansias adolescentes. Sabe aquele lugar do senso comum onde cabe o lirismo?!
Esse filme marcou a minha vida. Mesmo! Tem uma história muito forte e próxima do real. Todo mundo tem alguém que fez sua vida mais extraordinária... Projetar isso na figura emblemática do professor e dar aos poetas sua importnância atemporal é muito sensível, por ser projetado de uma forma não-convencional americalóide.
Sonhos, anseios, medos, amizades, superações e realizações. De um jeito humano.
Foi esse filme que me fez achar Robin Willians bom ator pra todo o sempre!
Pra ver, rever e se emocionar sempre. Um filme de vida. Com todos os seus elementos.

"Fui à floresta porque queria viver intensamente e sugar a essência da vida. Abandonar tudo o que não fosse vida, e não, ao morrer, descobrir que não vivi."

.: O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN:.

Um começo significativo!


É meio clichê!
Entra na lista dos favoritos de tantas pessoas, mas isso tem sua razão, trata-se de um filme puro. Puro! É difícil falar. Um filme de sentir!
Eu resolvi colocá-lo aqui por representar vários aspectos que me agradam...
Primeiro, o filme é francês! Eu adoro filme francês. O movimento da Nouvelle Vague foi que despertou em mim a paixão pelo cinema.
Ele é dirigido por Jean Pierre Jeneut, diretor de "Delicatessen" e um dos grandes nomes franceses da atualidade. Nesse filme ele exercíta uma poética fantástica, com frases bem construídas e diálogos de um romantismo surreal, nos moldes do Nouvelle Vague. O roteiro, a narração, as referências culturais.. Tudo isso aflora o simples da vida de uma maneira onírica que é impossível não se apaixonar por Amélie!
Talvez essa paixão seja facilitada pela fotografia magistral. O filme é artificialmente colorido, principalmente em tons de verde e vermelho, o que nos leva inconscientemente a um outro universo.
E ainda existe á trilha. Ah.. A trilha! Feita por Yann Tiersen tornou-se uma referência. Ela compõe tão bem com o filme e mesmo assim, é impossível passar desapercebida.
Pra fechar, existe ainda a história.. Ingênua, pura, autruísta.. A busca por um amor simples, por ser feliz!
Audrey Tautou grandifica o papel que parece ter seu número.
Enfim, um filme doce, sensível, parisiense e indispensável. Desses, para se ver todo ano! De preferência, nos dias em que a esperança se distancia

















O start.


Queria deixar claro que não existem pretenções...

É que na maioria das vezes, ao terminar um filme, queria alguém pra debater sobre... Pra mim, sempre falta o café depois, entendem?! Então, aqui está! Um cafézinho virtual! Para encontrar pessoas com os mesmos interesses que os meus, assim, podemos trocar impressões e dicas de cinema!


Só...


Tomara que dê certo!